sábado, 15 de março de 2008

Sem raiz

Se o vento não batesse nas folhas da árvore, ele nem perceberia que estava vivo.
Saiu então da janela e deitou-se na cama, com as pernas pra fora.
De tanto chorar, seus olhos ardia como brasas acesas.
Como não havia chegado sua hora, a morte vestida de preto, mandou seu anjo da tristeza, que trajava cinza chumbo, e o olhava em seu vale de lágrimas.
Tinha certeza já ter perdido o controle, e via o cavaleiro da ilusão se aproximando a todo momento.
Percebeu que a garrafa de vinho estava quase no fim, assim como sua esperança.
Queria ouvir qualquer coisa que o fizesse se sentir melhor, mas nem a música o acolhia mais.
Devagarzinho o barulho foi aumentando, e a chuva ficou mais forte, então pensou que seria melhor não sair, pegou seu livro voltou a deitar-se, e com aqueles pingos caindo suavemente adormeceu...
Sua esposa chegou e encontrou-o dormindo, tinha uma grande novidade, mas preferiu deixa-lo assim, recolheu a garrafa e o copo, apagou a luz, e fechou a porta.
Quando ela voltar, não conseguirá falar...

Um comentário:

Lilian Regiane do Carmo disse...

ôpa!
legal!
gostei.